Capa O Urso e o Rouxinol. Ilustração cor predominante azul. Uma menina corre no entre cavalos, pássaros e ursos em meio à neve.

O Urso e o Rouxinol, de Katherine Arden

Paulo Moreira
3 min readApr 7, 2023

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Meu último livro lido no Biblion me levou ao inverno da antiga Rússia, me encantando com as criaturas dos contos de fada eslavos.

Quem me guiou na jornada foi ninguém menos que Vasya, uma menina impulsiva que adora contos de fada — até mesmo porque ela sabe o quanto são reais –, ama cavalgar — embora seja mulher –, e tenta manter a tradição com o avanço de um intolerante cristianismo. Afinal, só mantendo a tradição é que sua aldeia impedirá a vitória do terrível Urso, monstro que o cristianismo parece ignorar.

O Urso e o Rouxinol mescla ficção histórica com fantasia, situando-se no principado de Ivã Ivanovich de Moscou e apresentando seres fantásticos, como guardiões de casas e cavalos, sereias, vampiros e animais que falam — todos com um nome em russo que eu não vou arriscar escrever.

Embora a história desses personagens não seja tão clara, até porque esse é um período obscuro, você não precisa dos detalhes para entender e se emocionar com a luta de Vasya.

O Urso e o Rouxinol é o primeiro livro da Trilogia Winternight. É um prato cheio pra quem gosta de contos de fada russos, personagens femininas fortes, e temas como intolerância religiosa e misoginia.

Vasya segue muito o arquétipo da Virgem, mais especificamente, da Virgem Amazona (Ártemis-Diana). Como Virgem, ela é uma menina com um dom, uma luz interior, que não pode usar devido ao mundo repressor lá fora, embora seja esse dom que vai “salvar” o mundo. Como Amazona, embora não tenha corpo atlético, Vasya ama a natureza, luta por liberdade e independência. Ela mesma é uma amazona ao cavalgar e falar com cavalos.

Você pode ler gratuitamente esse livro no app/site Biblion.

Confira a sinopse

No limite das terras selvagens russas, o inverno se estende por grande parte do ano e as camadas de neve são mais altas do que as casas. Mas Vasilisa não se importa ― ela passa as noites frias aconchegada com seus queridos irmãos, enquanto são aquecidos pelos contos de fadas narrados por sua velha ama. De todas as histórias, sua favorita é sobre Gelo, o demônio do inverno de olhos azuis, que surge na noite congelante e vai atrás de almas desavisadas. Os sábios russos o temem, diz Dunya, e honram os espíritos domésticos e da floresta que protegem seus lares do mal. Após a morte da mãe de Vasilisa, seu pai vai a Moscou e retorna com uma nova esposa.

Extremamente devota, criada na cidade, a nova madrasta de Vasilisa proíbe toda a família de honrar os espíritos. Todos obedecem, mas Vasilisa se apavora com a sensação de que tais rituais são muito mais importantes do que imaginam. E, de fato, logo as colheitas se tornam escassas, criaturas malignas da floresta se aproximam e infortúnios perseguem a aldeia.

Ao mesmo tempo, a madrasta de Vasilisa torna-se ainda mais rígida e determinada a preparar a jovem rebelde para o casamento ou ao confinamento em um convento. Com o perigo cada vez mais próximo, Vasilisa precisa enfrentar até aqueles que ama e invocar dons perigosos que por muito tempo escondeu ― tudo para proteger sua família de uma ameaça que parece ter saltado diretamente dos contos mais assustadores de sua ama.

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Paulo Moreira

Brazilian pharmacist in loved with History, Fantasy and Ecofiction. Author of The Blood of the Goddess. I write about nature in poems and fantasy stories.